Artista colombiana cria jogo da memória sobre São Paulo
Quando chegou em São Paulo, há oito anos, a colombiana Lina Ibañez tinha a impressão de que a cidade ia se esgotar a cada grande avenida, como se aquele fosse um limite. Essas fronteiras foram sendo expandidas conforme foi circulando mais pela cidade, usando principalmente os trens da CPTM, indo visitar amigos em diferentes bairros e regiões. E os fluxos foram sendo refletidos, como consequência, em suas criações.
Publicitária de formação, no Brasil — país em que veio por conta do trabalho do marido –, ela passou a estudar fotografia. Fez cursos, oficinas e criou sua própria pequena editora, inspirada pela cena das autopublicações.
Lina coordena hoje o Fotolab Linaibah, no qual faz experimentações com fotografia. Na Parada Gráfica, feira de arte impressa que ocorreu nesse fim de semana em Porto Alegre, ela estava expondo (e vendendo) seus trabalhos. Entre eles, a série Jogo da Memória, que ela faz com fotografias que tira de diversas cidades. Tem de Nova York, de Paraty — que lançou durante a Flip do ano passado –, de São Paulo.
"A cidade vai estar sempre presente na memória de qualquer um, mas essa coisa de ficar se deslocando te faz criar relações com os lugares por necessidade, para se adaptar", conta ela, que já morou em Bogotá, Buenos Aires, Niterói, Rio das Ostras.
"E eu gosto muito de publicações que você tem de mexer e descobrir, em que as pessoas interagem", completa a artista, justificando a escolha do formato. Evidenciar a fotografia enquanto memória, brincar com a ideia e com a palavra, também é parte da proposta, explica Lina, que começou a refletir mais sobre este aspecto buscando imagens após a morte do pai.
"E essa coisa de fotografar as pessoas convivendo na cidade também é algo que eu gosto muito", diz a colombiana, que hoje trabalha em suas edições em um espaço compartilhado no centro de São Paulo, o Mirante do Vale.
Apesar de estar olhando a capital paulista do edifício mais alto dela, a artista agora quer circular mais pelo chão do Vale do Anhangabaú — e também colocar em prática na cidade o seu projeto La Bici Press, uma bike-vendinha de livros com a qual ela percorreu as ruas de Niterói, onde viveu antes de retornar para São Paulo, nos últimos anos. Esse movimento diz muito sobre o trabalho de Lina.
Para conhecer mais: facebook.com/pg/FotolabLinaibah
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.